Service95 Logo
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong
Issue #050 Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong

All products featured are independently chosen by the Service95 team. When you purchase something through our shopping links, we may earn an affiliate commission.

Portrait of writer and poet Ocean Vuong standing under the branches of a tree Celeste Sloman/Trunk Archive

Conversa com o poeta e escritor Ocean Vuong

“Conheci o trabalho de Ocean Vuong logo após meu divórcio. Encontrei o livro ‘Ceú Noturno Crivado de Balasem um momento em que eu aprendia sobre o desapego, entre outras coisas. O cuidado com que Ocean escreve sobre perda, luto e amor é magistral e elegante. Tive o privilégio de falar com ele sobre o abandono da heteronormatividade e da vulnerabilidade como forma de força e liberdade…”, Glenn Lutz

G: Parabéns por Time Is A Mother e obrigado por falar sobre perdas. No poema Old Glory, você recontextualiza frases enraizadas na cultura americana, como nos versos: Knock them dead, big guy. Go in there, guns blazing, buddy. You crushed at the show. No, it was a blowout. No, a massacre. Total overkill. We tore them a new one. (Tradução livre: Acabe com eles, garotão. Vamos lá, armas em punho, companheiro. Você deu um show. Não, foi um arraso. Não, um massacre. Caiu matando. Colocamos todo mundo para correr.) Qual é a intenção desse poema? Ao discutir a obra no Louisiana Channel, você disse: “A heteronormatividade pode ser abandonada se você tiver coragem de fazê-lo”. Queria ouvir mais detalhes sobre isso.

O: Acho que esse é o poema do qual mais me orgulho. Levei toda a minha vida para escrever essa obra. Tive que ganhar confiança para deixar a linguagem falar em seus próprios termos, mesmo quando mostra a violência enraizada na cultura masculinista. Essa era a minha esperança para este poema. Para mim, um poema não pode ser sempre “belo”. Um poema, como uma boa canção, também pode provocar, incitar e interrogar. Usar o soneto para “empilhar” essas frases corriqueiras em uma espécie de fala concentrada e horripilante era algo que só o poema, como tecnologia, poderia fazer. Tenho muito orgulho disso. Já se a heteronormatividade pode ser abandonada, acho difícil viver em uma cultura que nos condiciona a uma definição limitada de “sucesso”, “bom”, “certo” ou “errado”. É preciso muita coragem para romper com algo tão poderoso. Principalmente para perceber, com compaixão, que aqueles que estão presos nela podem parecer poderosos, mas também estão sendo feridos. Não é que um conceito seja pior que o outro (isso depende de cada um), mas trata-se de ampliar o que é aceitável, para que todos possam encontrar um princípio confortável e para que a expressão ontológica possa ser tão variada quanto as próprias pessoas. Imagine se, para ser um músico de “sucesso”, você só pudesse tocar música clássica. Que chatice! Da mesma forma que a música clássica não está “errada”, não acho que a heteronormatividade esteja errada, mas é preciso abrir espaço para outros estilos, e isso não tem acontecido na história. 

G: Você falou sobre vulnerabilidade – o poder pessoal que encontrou ao canalizá-la e como nossa sociedade muitas vezes associa ser vulnerável a fraqueza. Ainda assim, você descobriu que quanto mais vulnerável, mais forte é o ser humano.

O: Acho que quando abordamos a vulnerabilidade como uma condição comum e talvez até natural da nossa espécie (afinal, somos relativamente frágeis e fisicamente indefesos; resistente em grupos e menores quando isolados), somos capazes de nos conectar com os outros de forma menos superficial. Principalmente em adultos, percebemos que, quando a máscara é imposta ou quando a calcificamos por meio de condicionamento, agimos na comunidade com aparência de força e sucesso, quando, na verdade, podemos estar cheios de dúvidas, raiva, medo e tristeza. Portanto, permitir que o outro abaixe a guarda para se mostrar com mais clareza é um dom. A vulnerabilidade é tão verdadeira e inerente quanto a nossa pele. O resto é tecido. 

G: Por fim, a morte. Você escreveu sobre isso com cuidado e, como muitos de nós, teve que lidar com a dor e o sofrimento causado por ela. Sei que você mora em frente a um cemitério e que o Maranasati, a prática budista de atenção plena para a morte, tem ajudado na sua saúde mental. 

O: Acho que todas as culturas têm várias versões do Maranasati ou memento mori, como dizem os europeus. Ouvimos ensinamentos sobre a consciência da morte no Alcorão, na Torá e na Bíblia – o efeito é a destruição da ilusão de permanência dos bens materiais e sociais (como status, fama, posição etc). A meditação final ocorre quando testemunhamos a morte de um ente querido, como já aconteceu comigo algumas vezes. 

Nossa cultura muitas vezes nos encoraja a deixar para trás as memórias do que vivenciamos ao lado do leito de morte. Cobrimos o corpo assim que ele se torna um cadáver, como se não conseguíssemos suportar uma mudança tão grande. Mas acho que experimentar a morte dessa maneira pode ser um grande presente, pois podemos voltar a esse momento e fazer com que ele nos ensine como viver. Quando vemos um ente querido morrer, não pensamos em riqueza, bens, conquistas ou carreira; estamos totalmente presentes. A espera da morte é um ato de doação. Damos tudo de nós. Isso é incrivelmente generoso. Acho que se vivermos o dia a dia da mesma forma que vivemos no leito de morte, poderíamos ter vidas mais equilibradas, felizes e conscientes. 

Durante a conversa, Glenn perguntou a Ocean Vuong quais músicas ele ouve como forma de autocuidado. Esta é a playlist do Spotify que ele compartilhou exclusivamente conosco

Read More

Subscribe